O Autódromo de Interlagos, conhecido por corridas emocionantes e eventos badalados, ganhou os holofotes em 2025 por um motivo bem diferente. Em vez da adrenalina das pistas, o que chamou atenção foi a morte de um empresário durante um festival de motos. O emprsário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 36 anos, desapareceu no dia 30 de maio e foi encontrado morto quatro dias depois, parcialmente soterrado em um buraco de obras dentro do autódromo.
A história rapidamente virou notícia nacional. Afinal, como um homem desaparece dentro de um evento controlado e só é descoberto dias depois, em circunstâncias tão estranhas? O caso gerou comoção, levantou suspeitas e deu início a uma investigação cheia de perguntas sem respostas — pelo menos por enquanto.
A última noite de Adalberto
Linha do tempo e hipóteses em aberto
Adalberto chegou ao evento com um amigo. Testou motos, bebeu cerveja e, segundo relatos, fumou maconha. Mesmo sob efeito de substâncias, manteve contato com a esposa e, por volta das 21h, avisou que buscaria algo no carro. Depois disso, sumiu. O amigo, distraído entre uma conversa e outra, não percebeu seu desaparecimento de imediato.
No dia seguinte, a esposa registrou o boletim de ocorrência. A polícia iniciou as buscas e, logo, encontrou o carro dele no estacionamento. O veículo estava trancado, com os objetos pessoais organizados — mas com marcas de sangue, um detalhe que deixou tudo mais estranho.
A descoberta do corpo
No dia 3 de junho, um operário localizou o corpo de Adalberto em uma área de obras. O buraco, com cerca de três metros de profundidade, estava parcialmente coberto com terra. O empresário usava capacete e ainda levava o celular no bolso, mas estava sem calças e sem os tênis.
Essa descoberta levantou ainda mais questões. O local ficava longe da movimentação principal do evento, o que dificultava o acesso acidental. Mesmo assim, ninguém o viu cair ali? Ninguém ouviu pedidos de socorro? E por que ele estava com partes das roupas faltando?
A perícia indicou que ele morreu por compressão torácica, ou seja, foi sufocado pelo peso da terra. A causa da morte reforça a suspeita de que ele tenha sido enterrado ainda com vida — uma conclusão que, por si só, assusta.
As principais hipóteses Sobre a Morte de Adalberto
Diante do mistério, a polícia começou a traçar possíveis explicações. Até agora, nenhuma hipótese foi descartada.
1. Acidente causado pela desorientação
A primeira teoria sugere que Adalberto, sob efeito de álcool e entorpecentes, se desorientou e caiu no buraco. Apesar de isolado, o local pode ter ficado vulnerável durante o evento. Se ele caiu e não conseguiu sair, o próprio processo de cobertura da obra pode ter resultado na tragédia. Essa hipótese, no entanto, levanta outra questão: por que ninguém notou a queda?
2. Ocultação de crime
Outra possibilidade envolve um crime seguido de tentativa de esconder o corpo. Alguém pode ter se envolvido em um conflito com Adalberto, agredido-o e decidido encobrir tudo jogando terra por cima. O fato de ele estar parcialmente despido sugere a chance de abuso ou outro tipo de violência. Essa teoria faz sentido, principalmente porque o buraco parecia propositalmente encoberto.
3. Encontro com terceiros e tragédia
Talvez Adalberto tenha marcado um encontro com alguém durante o evento, e algo tenha saído do controle. Uma briga? Um golpe? Um episódio de violência? Ainda não há confirmação, mas os investigadores consideram essa linha, já que ele ficou sozinho em um momento vulnerável da noite.
4. Negligência por parte da organização
Mesmo que o caso tenha começado com um acidente, a ausência de segurança adequada e o fato de ninguém ter checado a área de obras podem ter contribuído para a morte. A omissão, nesse cenário, transforma um erro simples em uma tragédia evitável.
A urgência por respostas
Além disso, o caso do empresário morto em Interlagos representa mais do que uma tragédia pessoal — ele simboliza uma falha coletiva. Um evento de grande porte, com milhares de pessoas, deveria garantir segurança básica. No entanto, Adalberto desapareceu sem que ninguém notasse, e só foi encontrado quando já era tarde demais.
As hipóteses ainda estão em aberto, mas uma coisa é certa: algo deu muito errado naquela noite. Seja por desorganização, omissão ou crime, o desfecho da história exige explicações — e também responsabilizações.
Enquanto a polícia avança com os laudos, exames e imagens das câmeras, a família de Adalberto busca justiça. E, mais do que isso, quer garantir que nenhuma outra família passe por uma dor semelhante por conta de falhas que poderiam ter sido evitadas.
Acima de tudo, a morte dele chocou, sim. Mas o silêncio, a lentidão das descobertas e o mistério em torno de tudo causam ainda mais inquietação. E é justamente por isso que este caso precisa ser acompanhado com atenção — até que a verdade, finalmente, venha à tona.