Se você acompanha futebol, é quase impossível não conhecer Neymar Jr.. Polêmico para uns, genial para outros, ele é um dos jogadores mais talentosos — e comentados — da sua geração. Mas antes de brilhar na Europa, dividir vestiário com Messi e Mbappé, e protagonizar dribles que viralizam nas redes, Neymar era apenas um menino franzino da cidade de Mogi das Cruzes, com um corte de cabelo ousado e uma habilidade que deixava até os zagueiros mais experientes tontos.
E foi no Santos Futebol Clube, o mesmo onde Pelé brilhou, que Neymar começou a escrever sua história. Uma história cheia de golaços, dribles desconcertantes, títulos e, claro, muita ousadia. Mas também uma trajetória com altos e baixos, que o transformou em um dos maiores nomes do futebol brasileiro neste século.
Desenvolvimento: Do Menino da Vila ao Rei da Vila
A ascensão no Santos
A relação entre Neymar e o Santos começou cedo. Com apenas 11 anos, ele já chamava a atenção nas categorias de base. Seu talento era tão evidente que o clube teve que agir rápido para garantir sua permanência, afastando o assédio de clubes europeus mesmo antes da maioridade. E ainda bem que conseguiu: a estreia no time profissional veio em 2009, com apenas 17 anos, e foi amor à primeira vista com a torcida.
Logo em seus primeiros jogos, Neymar mostrou a que veio. Com dribles rápidos, mudanças de direção fulminantes e uma confiança quase insolente para a idade, ele rapidamente virou o nome mais falado do futebol nacional. Em pouco tempo, o menino da Vila se tornava o protagonista do time, algo que nem sempre acontece com jogadores tão jovens.
Os títulos e a consagração
Entre 2010 e 2012, Neymar não apenas brilhou individualmente, mas liderou o Santos em uma fase memorável. Em 2010, o clube conquistou o Paulistão e a Copa do Brasil, com Neymar sendo decisivo em ambas as campanhas. E em 2011, veio o ápice: o título da Libertadores da América, o primeiro do Santos desde a era Pelé, em 1963.
Esse título coroou uma equipe ofensiva e carismática, que também contava com nomes como Ganso, Elano e Borges. Mas era Neymar quem roubava a cena — tanto pelos gols, quanto pelas jogadas improváveis. Um exemplo clássico? O gol contra o Flamengo em 2011, eleito o gol mais bonito do ano pela FIFA. Dribles, arrancada, corte seco, frieza e finalização precisa: o pacote completo de um craque.
O fim da era santista
Com o sucesso veio a inevitável saída. Neymar começou a ser disputado por gigantes da Europa e, em 2013, transferiu-se para o Barcelona. Mas, ao contrário de muitos jogadores que saem do Brasil ainda verdes e inexpressivos, Neymar chegou à Europa já consagrado como um fenômeno. Sua passagem pelo Santos não foi uma introdução — foi um espetáculo.
Transição para a Europa: A estrela global
No Barcelona, Neymar brilhou ao lado de Messi e Suárez, formando o lendário trio “MSN”. Ganhou Champions League, Mundial de Clubes, La Liga e copas. Depois, em 2017, virou manchete no mundo inteiro ao protagonizar a transferência mais cara da história do futebol, ao se mudar para o PSG por 222 milhões de euros.
No clube francês, continuou acumulando títulos nacionais, dribles espetaculares e uma legião de fãs — e críticos. Lesões, polêmicas fora de campo e a pressão de carregar a seleção brasileira também fizeram parte dessa nova fase, tornando sua trajetória ainda mais complexa e humana.
Mas, para muitos brasileiros, a imagem mais marcante de Neymar ainda é aquela: cabelo moicano, sorriso moleque, camisa branca do Santos, e a Vila Belmiro em festa após mais um golaço.
O menino da Vila Belmiro
Além disso, a trajetória de Neymar no futebol é, sem dúvidas, uma das mais impactantes do século XXI. E embora tenha conquistado títulos internacionais, feito fortuna e se tornado uma figura global, é impossível dissociar sua imagem do Santos. Foi lá que tudo começou. Foi lá que o menino virou craque. E foi lá que ele mostrou ao mundo que o Brasil ainda é uma fábrica de talentos únicos.
Mais do que um simples jogador de futebol, Neymar é um fenômeno da cultura esportiva. Amado, criticado, idolatrado e questionado, ele segue sendo relevante e capaz de mobilizar torcidas com um único toque na bola.
Se no futuro as novas gerações perguntarem de onde veio esse tal de Neymar, a resposta será simples: ele veio da Vila Belmiro. E dali, encantou o mundo.